terça-feira, 27 de setembro de 2011

A VIDA É DURA, O GOVERNO É INTRANSIGENTE E A CATEGORIA ESTÁ DECIDIDA: A GREVE CONTINUA!


 
A 104ª Plenária Nacional do SINASEFE decide pela manutenção da greve frente à intransigência do governo com as legítimas reivindicações da nossa categoria. Ressalte-se que o Ministério do Planejamento (MPOG) descumpre até mesmo o compromisso feito junto ao Ministério Público Federal de Brasília de oficializar negociação com o SINASEFE, assumido na reunião do dia 22/09.
O Secretário de Educação Profissional e Tecnológica, Eliezer Pacheco, ao entregar a proposta do MEC para nosso sindicato foi irônico e desrespeitoso ao dizer que “a vida é dura”. Concordamos que a “vida é dura” para alguns, sobretudo para os/as trabalhadores/as da educação deste país, conforme comprovam inúmeras greves Brasil afora, gritando pela valorização da educação e de seus profissionais.
A “vida é dura” para os estudantes de escolas públicas municipais, estaduais e federais que convivem no cotidiano de suas instituições com o descaso e o abandono do poder público. A “vida é dura” para os pais desses estudantes, trabalhadores/as que ganham parcos salários obrigando-os a colocarem seus filhos/as em escolas públicas sucateadas. Entretanto, a vida não é dura para os políticos e burocratas trancados em seus gabinetes, palácios e torres de marfim, que do alto de sua arrogância e intransigência olham a sociedade com desdém. A vida não é dura para os filhos desses políticos e burocratas que não enfrentam a realidade precária da educação pública do Brasil.
O discurso cínico do Secretário Eliezer manifesta-se até mesmo nos e-mails que circulam nos gabinetes dos nossos próprios locais de trabalho, por todo o país, que nos acusam de sermos contra a “expansão da rede”. Este discurso mascara as condições objetivas que se tem visto nesta expansão: campi com insuficiência de servidores (docentes e técnicos), sem bibliotecas, laboratórios, equipamentos, salas de aula adequadas, localização de difícil acesso, ensino e aprendizagem precários, (pasmem!) construídos ao lado de lixões, como o campus de Santa Inês-MA e com condições inóspitas de trabalho, como em Murici-AL.
Neste sentido, a concepção do governo de que a escola para filho de trabalhador basta ter um “telhado e chão de barro” fica evidente. O que importa é a frieza dos números: quantidade e não qualidade. De fato
somos contra esta expansão irresponsável. Realmente, a “vida é dura”.
Atendendo à recomendação da 103ª Plena, diversos atos foram realizados nos estados e em Brasília na semana passada. Destacando-se o ato em frente ao MEC e MPOG. A categoria atendeu ao chamado e realizou uma vitoriosa manifestação com centenas de trabalhadores/as e estudantes. A segurança do MPOG barrou nossa entrada, chegando inclusive a quebrar uma das vidraças tentando acusar irresponsavelmente o sindicato de ter praticado vandalismo. A manifestação foi pacífica e vitoriosa uma vez que nossa comissão de negociação foi recebida pelo secretario-executivo do MPOG, Valter Correia, depois de mediação da Polícia Militar do DF (pasmem!), acionada pelo governo para reprimir os manifestantes.
O Comando Nacional de Greve conclama os/as servidores/as, estudantes, pais e mães e todos/as que acreditam na educação pública a tornar a vida mais dura para os/as “burrocratas” do MEC e do MPOG. A greve continua com o indicativo de radicalização do movimento para que eles/as conheçam a real dureza da vida. Expansão da educação com qualidade social e inclusão. Boa leitura. Vamos a luta até a vitória!
Leia a íntegra do Boletim Especial da Greve Nº 19